Difícil entender o sucesso mundial de Downtow Abbey e como as seis temporadas e os longas anuais e agora o ultimo filme estreou em setembro e que ainda está em cartaz nos cinemas do país.
O que levava, ou leva as pessoas a passaram horas a frente de suas TVs e agora nos cinemas para ver a mais de duas horas, de sejamos realistas histórias banais da vida de uma família nobre da Inglaterra do inicio do século 20.
Concordo que a vidas dessas pessoas abençoadas ou nem tanto tem uma certa atração (juro que se me falassem à alguns anos que teria ficado semana após semana esperando os episódios de uma família nobre inglesa, diria que o sujeito levou uma pancada na cabeça).
Uma família que passa seus dias entre cafés da manhã abastados, almoços luxuriantes em meio a pratarias variadas e finalmente a jantares onde se precisa usar um terno do ultimo modelo apenas para jantar com a família, me parece muito estranho. Fora a preocupação do dia a dia dos inúmeros empregados da casa, da dama de companhia a cozinheira passando pela sua assistente, ainda temos os casos entre o mordomo e a governanta.
Ainda passamos pelos primos, primas e agregados que volte e meia dão o ar de sua presença na gigantesca mansão de inúmeros e incontáveis quartos.
Os momentos da Primeira Guerra que além das transformações que mudaram o mundo também mudam em maior ou menor grau a família nobre, tirando até alguns de seus componentes.
(Vale aqui ressaltar que alguns personagens foram tirados da série por que os protagonistas não queriam continuar como, Lady Sybil interpretada pela atriz Jessica Brown Findlay e talvez a desistência de maior impacto foi a de Dan Stevens ator que interpretava Matthew Crawley personagem que fazia par com Lady Mary interpretada pela atriz Michelle Dockery, a grande façanha dos roteiristas foi continuarem a série sem com que esses personagens fizessem realmente falta, levando normalmente como se isso fosse natural)
E chegamos finalmente ao longa que nos fez escrever essa critica, após passados três anos desde o fim da série, se fez como antes um novo especial um pouco antes do final do ano, e novamente se vê quase todo o elenco original reunido e a magia incompreensível é repetida.
A história é franca? Talvez, mas quase todas as da série eram, apenas se arranha a superfície sem se aprofundar e sem arroubos, num tempo de Super-Heróis com superefeitos é estranho assistir a um filme digamos assim, básico. Você vê aquelas salas majestosas e ricamente decoradas, aquelas pessoas bem vestidas e tudo bem, você gosta deles e torce por eles, sabendo que Thanos não vai entrar no meio da sala de jantar e fazer tudo desaparecer.
Nem que o Homem de Ferro irá atravessar a janela lutando com o Capitão América.
Somente o Rei da Inglaterra George V fará uma visita e passará apenas um dia naquela casa, motivo suficiente esse para que a vida pouco emocionante dessas pessoas se modifique, e você tem a oportunidade de ver a quantidade absurda de prataria guardada na casa. A Adega absurdamente recheada de vinhos e também os corriqueiros problemas da falta de água quente por que uma caldeira quebrou. Um estilo de vida que talvez acabe com o passar dos anos, mas que agora ainda não, provavelmente dure por uma ou duas gerações ainda ou até mais.
Você tem alguns bons momentos nesse filme, como a revolução efetuada pelos empregados da casa contra a tomada de suas posições pelos funcionários da coroa inglesa, a sempre incrível e engraçada Maggie Smith no papel de Violet Crawley, com suas tiradas ácidas especialmente nesse filme perseguindo a prima, funcionária da Rainha da Inglaterra que quer deixar sua fortuna para a sua dama de companhia, trazendo bons momentos e alívios cômicos.
O personagem de Lady Mary Crawley, interpretada por Michelle Dockery teve poucas e fracas cenas nesse filme, na verdade já na série havia perdido importância com a saída de Dan Stevens.
Enfim um bom filme, talvez não o melhor para a despedida dos personagens, mas enfim é o que temos e para o bem ou para o mal vai deixar saudades.
