Muito se festejou quando foi divulgado em 2018 que o ator Patrick Stewart estaria revivendo seu mais icônico personagem “Jean Luc Picard” o capitão da USS – Enterprise, logicamente que a legião de fãs da série ficaram apreensivos e entusiasmados com a noticia.
E após 2 anos a série veio a público exibida aqui no Brasil pela Prime Vídeo da Amazon com apenas 10 episódios ela foi entregue semana por semana conforme foi sendo exibida um dia depois que nos Estados Unidos.
Mas infelizmente ela acabou não sendo aquilo que se esperava.
O início foi bastante confuso com algumas referências ao ultimo longa metragem Nêmesis de 2002 e a morte do androide Data.
Acho que ai se encontra um dos possíveis enganos do roteiro, ao tentar amarrar com eventos de 18 anos atrás e basear os eventos em lembranças que uma boa parte dos fãs não viu ou mal se recorda.
Nêmesis, diferente dos longas anteriores como Primeiro Contato e Insurreição, não foi um dos filmes de maior audiência e nem teve uma boa história, foi uma despedida pálida para a equipe de A Nova Geração.
A série Picard reencontra o capitão agora aposentado cuidando de seus vinhedos na França, (para quem se interessar existe um vinho real produzido na França com o nome de Picard https://startrekwines.com/), quando começa a ter pesadelos sobre o comandante Data e uma tela que está sendo pintada por ele.
Os eventos acabam se desdobrando e Picard acaba conhecendo Dahj, uma possível filha de Data.
Aqui eu aponto a primeira falha do roteiro, Data teve sim uma filha construída por ele em um dos episódios de a Nova Geração, mas essa pretensa filha na série de Picard nunca teve a mesma sorte, ao longo dos episódios ficamos sabendo que os androides aqui chamados de sintéticos foram proibidos após uma rebelião na colônia de Marte.
E que um cientista Dr. Bruce Madox resolveu com uma pequena amostra do cérebro positrônico de Data recriar os sintéticos.
Após os eventos que resultaram na morte de Dahj que foi perseguida pelos romulanos, Picard monta uma equipe para tentar localizar o Dr. Madox.
Aqui outro ponto onde a série se perde, ao montar a sua nova equipe ele pede ajuda a ex-oficial da frota Raffi, personagem que nunca havia aparecido em nenhum episódio de a Nova Geração, apesar de tentarem montar um pretenso passado para a mesma e ela mostra um desrespeito e um forte antagonismo contra o personagem de Picard.
Os primeiros quatro episódios são lentos demais, parece o roteiro de uma série inglesa, tal a sua lentidão e até certo ponto muito desagradável. Como que para criar essa nova versão eles tivessem que praticamente destruir a persona do Picard anterior.
Outro personagem que da minha parte considero o pior tanto pela escolha da atriz como pela construção da própria é a Dra. Agnes Jurati (Alisson Pill), uma especialista em sintéticos, que personifica o mesmo que foi o Dr. Smith de Perdidos no Espaço.
Ainda temos a volta de Jeri Ryan no personagem que a consagrou Seven of Nine (Sete de Nove), outro estranhamento nessa série já que ela era um personagem de Voyager uma das série que vieram depois do fim de a Nova Geração.
Ainda tivemos um novo Capitão criado para a série, Cristóbal Rios vivido pelo ator chinelo Santiago Cabrera.
A série se perde em pequenos dramas como o vivido pelo retornados Will Riker e Deanna Troi, ambos casados (casamento esse mostrado em Nêmesis), onde contam entre pedaços de pizza e goles de vinhos o drama do filho deles que morreu por causa de uma doença que poderia ter sido tratada se ainda houvessem cérebros positrônicos ativos.
E tudo isso para levar a salvo uma pouco relevante “filha” de Data que acaba se mostrando um personagem bastante egoísta.
Nesse momento por volta do episódio 8 em diante a série mostra a sua pior falha, não sei se proposital ou não, mas o roteiro é um plagio de Battlestar Galactica de 2004, onde os Cylons são iguais aos humanos e ainda existem várias versões de um mesmo modelo, em Picard aparece o mesmo, modelos replicados, iguais ao humanos e ainda como em Galactica querendo destruir a raça humana. Então Soji, além de Dahj ainda tem sua outra versão má Sutra.
Talvez o melhor momento da série tenha sido no episódio final quando o reintegrado a frota Capitão Riker chega para salvar a pátria ou a pele de seu amigo Picard.
Apesar de tudo isso a série foi renovada para uma segunda temporada, esperemos que nos próximos acertem o tom.
