Quando a Disney pagou quatro bilhões de dólares para que George Lucas entrega-se as chaves de seu Império, eles sabiam o que estavam fazendo e o quanto poderiam tirar dali.
Então pesando os prós e contra, acabou sendo um negócio, digamos barato. Pois nas mãos de George Lucas a franquia Star Wars apesar de ter rendidos frutos gigantescos para seu criador, acabou sendo mal explorada cinematograficamente falando. Lucas fez o primeiro arco e décadas depois o segundo e parece que pararia por ai.
Mas eis que com a nova injeção de animo e também dólares a “Nova Direção” da Lucas Films resolveu fazer um uso maior da marca “Star Wars”, mesmo que isso subverta as regras estabelecidas por seu criador.
Então “cometeram” Rogue One, um caça níquel que carrega a marca de “Star Wars” apesar de não ter nenhuma relação direta com as trilogias anteriores. Feito exatamente para que “A Nova Direção” fizesse jus ao capital investido na compra. Então não temos nada que justifique sua existência, não há Jedis, não há grandes heróis para salvar a galáxia, nem mesmo a força é presente, apenas mencionada.
Já tendo faturado sete bilhões de dólares mundialmente parece ter sido uma decisão acertada, infelizmente como filme e diversão ele deixa a desejar.
Uma história underground que parece ter sido criada as presas, uma psedo-heroina que nos faz perguntar se não está faltando alguma coisa. Os atores mais consagrados como Forester Withaker como Saw Gerrera uma espécie de guerrilheiro xiita no melhor estilo Che Guevara e também, Mads Mikkelsen como Gale Erson o cientista criador da Estrela da Morte, são mal aproveitados, fazendo apenas algumas pontas sem contribuir para o enriquecimento do filme. A trama é focada em Jyn Erso interpretada por Felicity Jones, uma personagem fraca e sem carisma, seria culpa da atriz? Ou foi proposital, já que pelo menos nesse não haverá uma continuação.
A produção acaba então tendo seus melhores momentos no robô K-2SO e nos personagens de Chirrut Îmwe o Pseudo-Jedi cego interpretado pelo ator chinês Donnei Yen e seu companheiro Baze Malbus interpretado pelo também chinês Wen Jiang.
Mas o filme se perde em momentos desnecessários e arrastados, batalhas sem fim e sem proposito, o romance entre Jyn e o piloto da resistência Cassian Andor nunca chega a acontecer (poderiam inclusive teram emulado o romance ao estilo Leia e Han Solo) mas parece que nem tentaram, não há interação entre os atores/personagens dando novamente a sensação da falta de emoção da produção.
No fim os vilões é que salvam, a curtíssima e festejada aparição de Darth Vader e seu aselha Orso Krennic interpretado por Bem Mendelshon. E a incrível recriação digital do personagem Comandante Tarkin interpretado originalmente em Star Wars (conhecido atualmente como Episódio IV a Nova Esperança) pelo falecido ator Peter Cushing, já que segundo os produtores seria um personagem essencial para o enredo do filme, mas para mim a única função foi justamente manter a ligação com Star Wars. E também ao final a recriação também da atriz Carrie Fisher, falecida recentemente.
Aguardo o dia em que poderemos ver um filme em que atores já falecidos recriados digitalmente farão um filme inteiro em personagens que jamais fariam se estivessem vivos.
Temos nesse filme a total subversão da mensagem de todos os filmes de Star Wars, que era “Sempre há Esperança”. Aqui me pareceu ao final não haver nenhuma. Talvez somente para a Disney que como empresa tem faturado cada dia mais pagando polpudos dividendos aos seus acionistas.