A expectativa era grande, gigantesca, afinal, já fazia uma semana que eu esperava pelo que era considerado o melhor filme de 2016 até o momento.
Depois do gosto de “falta alguma coisa” de Batman VS Superman e tendo tido experiências a cada dia piores com os seriados televisivos como o sofrível Arrow e o cada dia mais chato Flash. E tendo assistido as duas temporadas da versão Netflix do Demolidor e a pouco empolgante Jessica Jones, achei que finalmente toda a minha ansiedade seria recompensada.
Foram meses lendo notícias – nem todas reais, assistindo a trailers, lendo resenhas e possibilidades infinitas, e depois de tudo isso ainda conseguir o ingresso, o bilhete dourado que me possibilitaria o acesso aquele mundo, esgotadas na semana de estreia, tive que mais uma vez trabalhar a psicologia para esperar mais uma infinita semana e finalmente conseguir ser recompensado.
A expectativa era grande, gigantesca, afinal já fazia uma semana que esperava o que era considerado o melhor filme de 2016 até o momento.
Então estávamos lá, sala Imax do Shopping Bourbon, a mesma onde havia assistido o ultimo filme dos Vingadores: A Era de Ultron, e começou a pancadaria, nada de comerciais chatos antes, nada de trailers do próximo filme, foi direto.
Luta atrás de luta, surge o Falcão e um das primeiras surpresas: conseguiram incluir a mascote dele, a Asa Vermelha que, na versão dos quadrinhos era um Falcão real, aqui um Drone Hyper- sofisticado. E também a decepção: a Viúva Negra que, apesar de melhorarem em muito o penteado, agora como o cabelo mais longo, deixaram de fora o uniforme tradicional numa escolha que, em minha opinião, tirou bastante a característica da personagem.
Gostei da presença do vilão Ossos Cruzados, mas aí também começam as falhas do roteiro. O que ele estava fazendo? Por que estava ali? Tanto nesse início, assim como em outros momentos, faltou um prólogo, a parte onde alguém explica as razões e isso faltou nesse filme, diferente da direção do filme anterior dos Vingadores onde tudo havia sido minimamente pensado, aqui o ritmo foi prioritário em relação à história.
Logo em seguida, quando as coisas começam a sair do controle, surge o personagem do antigo General Ross (aqui mais uma falha) é o mesmo personagem que perseguiu o Hulk no ultimo filme do personagem, aquele que foi interpretado por Edward Norton e depois nos Vingadores substituído por Mark Ruffalo. Mais uma vez interpretado pelo ótimo ator, que vemos cada vez menos, Willian Hurt. Aqui, também faltou um prólogo. O cara era General e agora virou Secretário de Estado, o mesmo que Hillary Clinton fazia no governo do Obama. Isso saiu de onde? Do saco? Quem não é grande fã de quadrinhos não sabe de nada, não entendeu nada. E desmistificando mais um Spoiler anterior lançado na internet, não, ele não vira o Hulk Vermelho no filme e se você também não sabe quem é, meu amigo, leia mais quadrinhos.
Sobre o surgimento do Pantera Negra, apesar do personagem ter sido muito bem representado no filme, também sua origem e qualquer outra coisa referente ao personagem foi minimamente explicada no filme.
E a luta insana do Capitão América a fim de salvar seu (chato e sem sal) parceiro Bucky, é fora do normal, uma razão tênue e rasa para tanto quebra, quebra.
Mas achei o ponto máximo do filme o surgimento do Homem-Aranha, finalmente! Após cinco filmes – três bons e dois péssimos – a Sony, proprietária dos direitos cinematográficos do personagem, jogou a toalha e, através de um acordo de cifras sigilosas, cedeu o personagem para quem sabe usá-lo, e temos sua estreia aqui, numa versão adolescente, mas não menos engraçada, tendo Tony Stark como seu mentor. Sua aparição no filme é hilária e chocante, dando um respiro a um roteiro carregado.
Infelizmente, após a cena do aeroporto e a luta dos heróis, o filme começou a perder força e a mostrar a sua fraqueza, a razão, o motivo de tudo aquilo. Ainda tivemos a cena entre Wanda e Visão, o que deve se consolidar no próximo filme dos Vingadores. Meu ponto não é o registro de super-heróis, mas por que foram atacados e quem os está atacando. Um coitado que (inapropriadamente chamaram de Zemo, anos luz longe do personagem do mesmo nome dos quadrinhos) perdeu a família na Sarkovia (aquele país fictício do último Vingadores) e que arquiteta um plano para colocá-los uns contra os outros, e infelizmente nem é um mega-vilão com superpoderes, um personagem que poderia ter sido, grande, mas que acabou sendo mais um.
Mas ao final o que achei muito chato mesmo foi o Capitão defendendo aquele parceiro assassino, O Soldado Invernal; esse sim deveria mesmo ter sumido. Prometeram uma luta entre outros soldados Invernais, mas ficou só na promessa, achei uma pena isso.
Também tal qual o filme dos Vingadores anterior, não há uma trilha sonora forte, uma música que lembre o filme, como fizeram com o primeiro Vingadores ou o terceiro filme do Homem de Ferro.
E com semelhanças entre Batman VS Superman, não temos também um final feliz.
Os heróis acabam separados, aqueles que o governo deteve por violarem o tratado de registro são libertados pelo cada vez mais chato Capitão América. Tony Stark acaba somente com Visão e seu amigo Rhodes meio capenga. Fica a promessa que haverá uma trégua no próximo filme e que provavelmente a equipe se juntará novamente. Mas o final não foi dos mais agradáveis para um filme de super-heróis.
E apesar da bombástica bilheteria desse filme ainda gosto mais do Primeiro filme dos Vingadores ou dos dois primeiros do Homem de Ferro, que os lados ainda estão claros.