Lost in Space ”Perdidos no Espaço”
Em algum dia do ano de 2015 a Netflix que ainda era uma novidade, mas já mostrava a força que se tornaria nos anos seguintes, divulgou suas produções futuras entre as séries com os personagens Marvel como Demolidor e Luke Cage, havia uma em especial que me chamou a atenção “Lost in Space” o remake da série dos anos 60 também conhecida, aqui como Perdidos no Espaço.
Menos famosa que Star Trek, mas igualmente importante no mundo da ficção cientifica, seria a segunda tentativa de uma série com o titulo, a primeira foi abortada numa produção dirigida por John Wood e pode ser vista no Youtube, nunca foi distribuída oficialmente, mas tem em parte um paralelo com a nova produção do Netflix.
Também foi feito um longa metragem com William Hurt e o recentemente oscarizado Gary Oldman em 1998, mas talvez por um argumento fraco ou má divulgação o filme foi um fracasso comercial.
A série original havia sido produzida por Irwin Allen que também foi o criador das famosas séries dos anos 60, tais como Viagem ao Fundo do Mar “Voyage to the Bottom of the Sea”, Terra de Gigantes “Land of the Gigants” e ainda o Túnel do Tempo “The Time Tunnel”
Perdidos no Espaço era tão original quando foi criada nos anos 60 que o compositor da Trilha Sonora foi nada mais nada menos que John Willians que posteriormente criaria as Trilhas dos oscarizados filmes Tubarão, ET, Jurrasic Park e Star Wars. A mesma trilha foi reaproveitada na produção de 1998 e também tem sua versão neste remake da Netflix.
A nova versão tenta atualizar a família Robinson para os novos tempos, então temos um grupo multiétnico, mas algumas novas soluções do roteiro não são felizes. Quando optaram por criar um grupo maior do que somente a família Robinson original. Então por consequência temos vários Júpiters de 2 a 13, mas os tripulantes dessas outras naves acabam se tornando um excesso para o roteiro que tem que trabalhar com um grande número de extras sem importância para a história.
Algumas soluções como o novo layout da nave ou naves agora, não foram felizes, uma característica da nave da série original era o rotor inferior que piscava e estava presente na versão do filme 1998, aqui optaram por um design muito limpo num modelo que lembra propositalmente a Millenium Falcon de Star Wars e o tom de aço escovado foi substituído por um branco e laranja sem graça.
Outra solução que tem seu lado positivo e negativo na produção foi o novo Robô que agora é um alien muito menos obediente que sua contraparte original e o mutismo, que somente consegue falar o constante “Danger Will Robinson” sua forma de andar lembra a primeira versão de Robocop e além do perigo que é sua convivência com os humanos ainda traz um segredo que é arrastado até o final dos 10 episódios que compõem a primeira temporada sem que tenha uma resolução definitiva.
Os primeiros dois episódios prometem uma grande produção, mas que após o terceiro e o quarto a série cai em armadilhas que tornam a sequência pouco interessante e as vezes até entediante.
Descobrimos que os novos Robinsons não são uma família cem por cento coesa, há problemas diversos no relacionamento entre eles. E a série fica a todo o momento se perdendo nessas “DR” (Discutir o Relacionamento). Então temos a principal DR, que é a senhora Robinson com seu marido John, que aqui é militar mas também o capacho que se arrasta para conseguir que a esposa o aceita de volta, ladainha essa que vai até o nono episódio.
Depois temos a DR da personagem Judy Robinson e o pai John que segue episódios adentro, também o mesmo com a irmã Penny que diferente da versão anos 60 não parece haver uma grande diferença de idade entre as duas, o que para mim causava certa confusão em saber quem era Judy ou Penny.
E ainda temos DRs com Will e novamente com o pai John, que parece ser a pessoa escalada para ter DRs com toda a família.
E finalmente o principal DR que é Will e o Robô que traz o lado forte e fraco da produção. A relação dos dois e dúbia, se ele conseguirá controlar o lado mau do alien até o fim.
E finalmente temos o personagem mais fraco de todos a Dra. Smith, ou seja, lá que nome ela tenha, além de ser extremamente de mau gosto, se distancia milhões de anos luz da graça que era o personagem original, suas tentativas egoístas não tem fundamento já que ela não tem a menor aptidão para fazer nada e os seus sucessos são mais por que seduz alguns personagens inocentes que cairiam até no conto da venda da Torre Eiffel.
Então dos dez episódios da primeira temporada, acho que temos mais da metade sem necessidade e que acabam caindo na mesma cilada que são as séries Marvel da Netflix, não se aceitam como deveriam, ser pura fantasia e entretenimento, ficam tentando humanizar ou colocar realisticamente naquilo que é ficção.
Esperemos que se houver uma segunda temporada que não tenha tantas DRs, já que a maioria foi resolvida na primeira e que finalmente tenhamos um verdadeiro e digno do legado de “Perdidos no Espaço”.